Paciente utilizando óculos de realidade virtual na reabilitação

Realidade virtual: como ela afeta a reabilitação?

08/11/2017   POR MIOTEC - CONECTANDO TECNOLOGIA AO MOVIMENTO HUMANO

De uns tempos para cá, a realidade virtual vem ganhando espaço em nosso cotidiano. São computadores, videogames, óculos especiais e outros dispositivos que têm como principal proposta fazer com que o indivíduo se sinta imerso em uma espécie de existência fictícia”.

Mas até onde essa vertente da tecnologia pode ajudar também na área da saúde? Por exemplo: imagine um paciente que perdeu movimentos de determinadas parte do corpo e precisa se submeter à fisioterapia. E se esses exercícios pudessem ser monitorados com o uso de cenários de realidade virtual? Não estaria o paciente recebendo estímulos musculares bem maiores?

É por essa razão que a realidade virtual já está sendo utilizada como parte do tratamento para alguns pacientes em reabilitação, sendo uma maneira mais lúdica de aplicar os exercícios comuns à essa fase. Além disso, os aparelhos contam com a tecnologia de sensor Kinect, capaz de escanear e reconhecer os movimentos do indivíduo e inseri-los no contexto.

Para você entender melhor, listamos abaixo alguns benefícios que somente esse sistema de reabilitação pode oferecer. Acompanhe:

Realidade virtual: Motivação para os pacientes

O objetivo do tratamento de reabilitação é estimular os movimentos musculares de modo que o paciente crie uma memória motora. A partir daí, os movimentos passam a ocorrer sem que ele precise "pensar" muito neles.

Esse nível só é alcançado por meio de muita repetição. Entretanto, ficar repetindo movimentos de forma inveterada todos os dias na fisioterapia é um processo que, com o passar do tempo, pode desmotivar o paciente, que passa a acreditar que o tratamento é monótono e pouco produtivo.

É nesse contexto, então, que entra a realidade virtual. Com sua utilização, o paciente recebe um feedback dos seus movimentos e sente como se estivesse saindo da sala de fisioterapia (ou da sua casa) para a vida real. Dentro do ambiente digital, ele interage com objetos e situações diferenciadas que criam uma ideia positiva do processo, fazendo com que ele busque mais precisão em seu desempenho com o passar dos dias.

Equilíbrio estático nos processos

Embora ainda esteja em fase de estudos, médicos e pesquisadores do assunto têm notado uma melhora no equilíbrio estático de pacientes tratados por meio da realidade virtual.

Tanto a velocidade média quanto o deslocamento do centro da pressão apresentam-se diferentes entre pessoas que adotaram o modelo convencional de fisioterapia e outras que utilizam essa nova modalidade.

Essa avaliação é feita com o uso de um aplicativo inserido na própria plataforma que é capaz de mensurar esses dois fatores. É a partir daí que eles podem ser comparados a outros modelos mais convencionais.

Entretenimento com progresso

Pessoas de todas as faixas etárias se rendem aos encantos de uma tecnologia bem aplicada. Os videogames, por exemplo, estão cada vez abandonando mais seu status de brinquedo infanto-juvenil para se tornar uma atração para todas as idades.

Pessoas que sofreram traumas ou acidentes e se encontram em fase de reabilitação ainda não estão aptas a participar de partidas normais. Entretanto, por meio do tratamento com a realidade virtual, as sessões se tornam mais interativas e permitem que pacientes que nutrem uma paixão por videogames se sintam novamente inseridos nos jogos.

Ao mesmo tempo em que a fisioterapia traz resultados mais rápidos, o paciente tem momentos de entretenimento e diversão. O fato de ir à fisioterapia soará mais como um momento agradável, talvez até de lazer (com responsabilidades inclusas, é claro), diferente de outros métodos que se tornam maçantes e o paciente sente que está “saindo de casa para sentir dor”. Não que a dor não possa aparecer em alguns momentos, mas ela será mesclada à sensação de diversão e dever cumprido.

Autonomia na recuperação

A realidade virtual promove maior independência aos pacientes devido a dois fatores: o primeiro tem relação com o equilíbrio adquirido e os resultados que costumam surgir mais depressa, conforme já citamos acima. Já o segundo deriva dos métodos utilizados, que permitem que eles utilizem outras habilidades para atingir seus objetivos de reabilitação.

Há, por exemplo, sistema interligados com mapas que contêm imagens de ruas e avenidas transmitidas via satélite. Nesse caso, enquanto “caminha” pelas ruas, o paciente passa por uma espécie de atualização do que mudou em sua cidade.

É natural que pessoas que perderam os movimentos há algum tempo se, por um milagre, acordassem recuperadas de um dia para outro, provavelmente não saberiam “se virar” na atual configuração do ambiente em que vivem. Por meio desse tipo de sistema, é como se elas recuperassem um pouco a sua autonomia e capacidade de se deslocar por si mesmas.

Isso eleva a autoestima do paciente e se reflete em suas atividades do dia a dia, fazendo com que ele conquiste uma parcela a mais de independência.

Imersão total no ambiente de recuperação

O BioMovi é um aparelho inovador que vem conquistando espaço no campo de reabilitações via realidade virtual. Ele funciona como uma espécie de videogame que transporta o paciente a um cenário virtual. Entretanto, a função do joystick em jogos convencionais é substituída pela contração muscular.

Essa contração é captada pelo aparelho (biofeedback eletromiográfico) e atua no movimento de elementos do jogo, que ainda mostra a pontuação de acordo com a intensidade e eficiência do movimento. Inclusive, um gráfico é exibido para mostrar toda a atividade muscular desempenhada.

Terapeuta acompanhando paciente durante o jogo do BioMovi - Blockbreaker. Paciente deve quebrar os blocos com movimento e atividade elétrica do braço

Durante o procedimento, o paciente é capaz até mesmo de se esquecer que está em uma terapia, visto a total interação em atividades cotidianas que têm parecido tão distantes para ele na vida real.

Nesse caso, o sensor Kinect e os óculos de realidade virtual são utilizados de forma conjunta, a fim de criar todo um cenário onde o paciente vai interagir e acompanhar cada passo da sua evolução, que certamente acontecerá de forma mais rápida.

Como você pôde ver, o uso da tecnologia para melhorar a saúde e processos de reabilitação vem sendo difundido em larga escala. Trata-se de uma forma inteligente de utilizar os recursos que temos disponíveis para promover melhor qualidade de vida para pessoas que perderam funções motoras devido a acidentes, doenças ou traumas.

Entendeu como a realidade virtual é capaz de afetar positivamente os resultados de um tratamento de reabilitação? Viu como ela tem inúmeras vantagens sobre o procedimento normal ao qual estamos acostumados? Para entender melhor, leia também esse nosso artigo que explica de forma mais aprofundada como funciona a tecnologia BioMovi. Até lá!





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