Não é de hoje que eletroterapia (também conhecida como eletrotermofototerapia) e fisioterapia caminham juntas. Afinal, há muito tempo, a estimulação elétrica é conhecida como uma aliada na luta contra a dor.
Desde o século 16, indivíduos se aproveitam de dispositivos elétricos diversos para aliviar dores. Além disso, há registros que associam o alívio da dor à proximidade com peixes elétricos que datam da época da Roma Antiga. Hoje, a eletroterapia é um método que diversos profissionais utilizam como parte integrante de tratamentos fisioterapêuticos e estéticos.
A seguir, portanto, apresentaremos, de forma um pouco mais aprofundada, a relação entre eletroterapia e fisioterapia, explicando como a estimulação elétrica funciona e como os especialistas a utilizam no tratamento fisioterapêutico de modo a promover maior qualidade de vida aos pacientes. Acompanhe!
O que é a eletroterapia e para que serve?
A eletroterapia é um ramo da fisioterapia que utiliza correntes elétricas de baixa voltagem para tratar lesões musculares, dores crônicas, inflamações e promover a reabilitação física dos pacientes. Nesse sentido, ela é utilizada para aliviar a dor, reduzir a inflamação, melhorar a circulação sanguínea e promover a recuperação muscular.
Como funciona a eletroterapia?
Basicamente, a eletroterapia faz uso de estímulos elétricos com dois objetivos: para interferir na transmissão dos sinais de dor para o cérebro, ou para estimular a contração muscular ao influenciar a atividade elétrica muscular. Para isso, ela estimula músculos e tecidos, fazendo com que eles produzam endorfina, um verdadeiro analgésico natural. Dessa forma, as endorfinas são interpretadas pelo cérebro no lugar dos sinais neurais de dor.
A aplicação de correntes elétricas alternadas nos músculos pode, ainda, provocar contrações para prevenir a atrofia muscular e auxiliar no início da recuperação da massa muscular após lesões.
No âmbito estético, os estímulos elétricos são usados para tratar a gordura localizada, promovendo a quebra de gordura, que é, então, eliminada pelo corpo.
Em suma, o aparelho utilizado e a intensidade da corrente determinam a técnica de eletroterapia aplicada em cada caso.
Logo, vamos considerar as modalidades de tratamento que podem usar eletroterapia e fisioterapia em conjunto.
Quais as modalidades de tratamento simultâneo de eletroterapia e fisioterapia?
Antes de tudom é perfeitamente possível aplicar a eletroterapia em conjunto com a fisioterapia para solucionar diferentes problemas. Afinal, a eletroterapia pode tratar problemas musculares e ósseos por meio de terapia manual, mobilização articular, fortalecimento e alongamento muscular, aplicação de calor ou frio. Veja abaixo, portanto, os principais tipos de eletroterapia.
A estimulação galvânica
Os profissionais podem realizar a massagem fisioterapêutica com a chamada EG (Estimulação Galvânica). A estimulação galvânica, combinada com a fisioterapia, é um tratamento que ajuda a evitar novas lesões. Dessa forma, correntes alternadas aplicadas nos músculos geram intensas contrações, ajudando na prevenção.
Durante a Segunda Grande Guerra, descobriu-se que esse procedimento era benéfico, evitando, assim, a atrofia dos músculos. Além disso, ele também ajuda a restaurar massa muscular ferida e/ou lesionada.
Por fim, a EG com voltagem elevada diminui espasmos dos músculos e edemas no tecido mole, o que ajuda a reduzir a intensidade da dor, que é uma das finalidades de qualquer massagem. Também se pode usar a EG com exercícios de amplitude de movimento e de reforço, bem como com a termoterapia e a crioterapia.
A termoterapia
A termoterapia é a abordagem terapêutica através da variação de temperatura nos tecidos-alvo. Sobretudo, é possível realizá-la através da aplicação de calor, ou da crioterapia (tratamento por meio de compressas de gelo).
Desse modo, o calor produzido pelo ultrassom (equipamento de eletroterapia do qual falaremos mais adiante) favorece o melhor deslizamento e contratilidade de contraturas dos tecidos conjuntivo e muscular, ampliando a mobilidade e o uso das articulações. Assim, esse tratamento consegue reduzir dores lombares frequentes e crônicas, além de diminuir a amplitude de movimento em um segmento da coluna. Por fim, torna-se mais eficiente quando o profissional a utiliza conjuntamente com uma série de exercícios graduais e com alongamentos musculares.
A corrente interferencial
Eletroterapia e fisioterapia se juntam, ainda, para tratar o foco da interferencial, que é ótima, é DOR, não estiramento muscular, com a ajuda da IFC (corrente interferencial), que oferece uma frequência de 4.000 Hz, o que permite uma penetração mais profunda na pele.
Dessa forma, o resultado é o bloqueio da transmissão dos sinais de dor próximo aos nervos ao mesmo tempo em que há o estímulo à produção de endorfina.
A estimulação elétrica funcional
A estimulação elétrica funcional (FES) é recomendada para treinar os músculos. Assim, ela contrai as fibras musculares por meio de seus estímulos. Nesse caso, a corrente elétrica aplicada é bem baixa.
A corrente russa
A corrente russa é usada também para ativar contrações musculares, fazendo uso de trens de corrente elétrica contínua. Trata-se, portanto, de uma corrente mais intensa que nem todos os pacientes suportam.
A corrente Aussie
A corrente australiana ou Aussie é usada para produzir relaxamento e fortalecimento nos músculos. Seus efeitos, afinal, são melhores que os de outras correntes, pois o estímulo resultante é mais confortável.
Os outros tipos de corrente
Existem também outros tipos de correntes incomuns: Farádica (estímulos elétricos de curta duração); Exponencial (atua somente em músculos com problemas) e Diadinâmica (corrente senoidal que estimula a vasodilatação e produz alívio da dor).
Por meio de um pequeno dispositivo, é possível gerar a Neuroestimulação Elétrica Transcutânea (TENS), da qual falaremos mais detalhadamente em um tópico posterior.
Quais são os principais equipamentos utilizados na eletroterapêutica?
Eletroterapia e fisioterapia, quando atuam em conjunto, fazem uso de determinados equipamentos. Veja os principais:
Ultrassom
Na fisioterapia, o profissional utiliza o ultrassom para produzir um movimento em ondas longitudinais na forma de vibração mecânica gerando calor, o que aumenta o metabolismo local, proporcionando um fluxo sanguíneo maior na região.
Com isso, a nutrição e a regeneração tecidual apresentam uma significativa melhora e acontece a liberação de aderências teciduais. Dessa forma, o ultrassom é indicado para tendinites, mialgias, contraturas e tensões musculares, bloqueios articulares e, ainda, para cicatrizes cirúrgicas.
As ondas são capazes de penetrar, mas a absorção vai depender da densidade e da constituição dos tecidos. Logo, regiões com muita queratina — como a planta dos pés, por exemplo — ou com muitos pelos podem dificultar essa absorção.
O ultrassom proporciona dois tipos de ondas terapêuticas:
- contínuas — sem interrupções, normalmente são indicadas para lesões crônicas;
- pulsáteis — com interrupções, são indicadas no tratamento de lesões agudas.
Em certos casos e áreas, o ultrassom não é recomendado. Confira alguns exemplos:
- ouvidos e olhos;
- testículos, ovários e útero gravídico;
- neoplasias;
- processos infecciosos;
- tromboses e flebites;
- áreas tratadas com radioterapia.
Ondas curtas
As ondas elétricas de alta frequência geram calor e, em dosagem terapêutica, aquecem os tecidos. Desse modo, aumentam o fluxo sanguíneo e propiciam a diminuição de dores e inflamações.
No caso de doenças crônicas, utiliza-se um aquecimento moderado. Já para processos mais agudos, um aquecimento mais brando pode ser utilizado.
Os efeitos das ondas curtas podem ser percebidos em alguns casos, como:
- contusões, entorses e contraturas — efeito analgésico;
- anquilose fibrosa, hipotrofia muscular e rigidez pós-gesso — proporciona maior irrigação sanguínea e possibilita um ganho na mobilidade articular;
- artropatias inflamatórias degenerativas, como artrite, periartrite escapuloumeral, bursite, espondilite, epicondilite e espondiloartrose — com efeito em processos não agudos;
- mialgias, lombalgias, miogelose, fibrose e torcicolo — diminui a rigidez da musculatura local.
Laser
Esse recurso fototerápico produz efeito analgésico e anti-inflamatório e, ainda, estimula as células e modula o tecido conjuntivo em processo de regeneração e cicatrização.
O laser é aplicado em alguns casos, como:
- processos inflamatórios e degenerativos das lesões dos tecidos moles, como tendões, músculos e ligamentos;
- edemas periarticulares;
- lesões nervosas periféricas;
- cicatrização de feridas abertas.
No entanto, o laser também tem suas contraindicações, pois pacientes com marcapasso ou prótese metálica não podem receber sua aplicação. Ademais, mulheres grávidas ou em casos de câncer e trombose venosa também não possuem indicação para tal.
Neuroestimulação Elétrica Transcutânea
A Neuroestimulação Elétrica Transcutânea (TENS, do inglês Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation) é usada para alívio da dor em processos crônicos ou agudos. No âmbito do tratamento fisioterapêutico, a TENS é uma das técnicas que os especialistas mais utilizam e, por isso, a detalharemos a seguir.
No que consiste a TENS?
A TENS é uma técnica eletroterapêutica comumente utilizada para minimizar dores relacionadas à artrite, a dores lombares e a nevralgias, entre outras.
Eletrodos na fisioterapia: para que servem?
A técnica faz uso de um pequeno dispositivo elétrico (em geral, movido à bateria), que controla a intensidade dos estímulos, enquanto pequenos eletrodos colados à pele na região em que ocorre a dor fazem com que a corrente chegue até os músculos.
Se a frequência dos impulsos elétricos for alta, o estímulo deve ser direcionado a fibras nervosas sem dor, para que elas bloqueiem os sinais nervosos de dor enviados ao cérebro. Nesse caso, a aplicação dos estímulos pode ser feita por longos períodos, porém, os resultados — o alívio da dor — têm duração curta.
Com frequências mais baixas, os impulsos elétricos estimulam a produção de endorfina, provocando o alívio da dor. Apesar de o resultado ser mais duradouro, essa aplicação de estímulos é mais desconfortável. Em geral, os pacientes não toleram mais do que 20 a 30 minutos de aplicação.
Quais são os cuidados necessários com o uso da TENS no tratamento?
Primeiramente, é importante lembrar que as técnicas de eletroterapia são parte de um tratamento fisioterapêutico e que o profissional necessita aliá-las a outros procedimentos para obter os melhores resultados.
Além disso, é importante observar as contraindicações para esse tratamento. Pacientes com marcapassos e com doenças cardíacas devem evitar a aplicação de TENS, por exemplo. Nesses casos, deve-se evitar o tratamento, especialmente, sobre a região do peito. Não se recomenda também o seu uso para gestantes e para as pessoas que têm doenças de pele.
Com atenção a essas questões, a pessoa responsável pelo tratamento pode ter certeza de que está utilizando um método eficaz.
Quais as vantagens da eletroterapia como complemento à fisioterapia?
Unir eletroterapia e fisioterapia pode promover resultados benéficos a diferentes tipos de tratamento. Trata-se de utilizar a eletricidade como parte de um programa fisioterapêutico ativo.
É possível integrar diferentes modalidades de tratamento, visando sempre à reabilitação do paciente. O corpo da pessoa reage, de alguma forma, aos estímulos das correntes elétricas.
A eletroterapia, salvo poucos casos, pode ser usada na maioria dos pacientes, pois não apresenta muitas contraindicações. Não provoca dependência, não é invasiva, pode ser aplicada diariamente, não tem efeitos colaterais e é bastante segura, se sob aplicação e orientação profissional adequada.
Aliás, seu uso é também possível para o tratamento de doenças neurológicas, ortopédicas, respiratórias e outras, em crianças e adultos.
Eletroterapia: para que serve?
Veja, a seguir, um resumo de seus benefícios para o paciente:
- controle das dores;
- redução de edemas;
- redução de contrações musculares;
- relaxamento dos músculos;
- regeneração dos tecidos moles;
- cicatrização dos ossos em fraturas;
- otimização do desempenho dos músculos.
Compreenda como a eletroterapia permite uma melhor qualidade de vida
Enfim, a combinação entre eletroterapia e fisioterapia é uma possibilidade real e efetiva para diversos tratamentos, principalmente no alívio da dor, pois tem demonstrado resultados extremamente positivos. Portanto, unificar eletroterapia e fisioterapia melhora o trabalho do fisioterapeuta, oferecendo resultados eficazes em menos tempo, o que também garante a satisfação e aumenta a qualidade de vida do paciente.
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