Sonda de Eletromiografia ou Manométrica? Quando temos um arsenal de possibilidades de tratamento, duvidas como esta são comuns
Por Fabiano Ergoni, Diretor-Executivo da Miotec
Frequentemente, quando estamos diante de um paciente, temos um arsenal de possibilidades de tratamento. É comum esbarrarmos em dúvidas como, por exemplo, qual seria o melhor atendimento a ser prestado para cada situação. No que tange às tecnologias que podem ser utilizadas, é tudo tão entusiasmante que se torna até difícil ter que decidir entre duas coisas que acreditamos e gostamos muito. É o caso da sonda de eletromiografia ou manométrica. Mas assim como tudo na vida, cada situação tem suas particularidades. E como já dizia um antigo amigo: a cada conquista corresponde uma renúncia.
Falando do ponto em questão, sobre o uso das diferentes sondas, no que tange tratamentos que envolvem o assoalho pélvico, sempre nos perguntam o que é melhor: medir a contração muscular através de manometria (pressão) ou através de eletromiografia (atividade elétrica).
Pois vamos aos fatos: a manometria nada mais é do que uma superfície cheia de ar que, quando pressionada, causa uma variação de pressão interna, permitindo uma medição desse fenômeno. A vantagem desse princípio é poder inflar de ar a superfície de forma a se adaptar às mais diversas anatomias. Como desvantagem, por se tratar de ar, com o passar do tempo existe uma perda deste ar, fornecendo uma leitura não tão precisa, por melhor que seja o sensor. Na Eletromiografia, por sua vez, a partir do momento em que se possui um bom contato da musculatura com as partes metálicas que captam o sinal, o sinal é fidedigno, garantindo uma repetibilidade do processo. A desvantagem é que precisamos ter vários formatos de sonda, para que tenhamos o encaixe perfeito, de acordo com cada anatomia específica.
Um diferencial
Muitos profissionais de saúde optam por utilizar a técnica da manometria ao invés da eletromiografia, devido à possibilidade de utilizar preservativo nas sondas, o que não é possível com sonda de eletromiografia, o que exige que cada paciente tenha a sua própria sonda. Sob meu ponto de vista, acredito que todos os pacientes devem ser analisados caso a caso, para então se optar por qual tecnologia utilizar.
Entre a sonda de eletromiografia ou manométrica, uma outra situação muito importante que a eletromiografia tem é a possibilidade de analisar os tipos de fibras musculares predominantes durante a contração, assim como observar a fadiga muscular. Ou seja, além de fornecer os dados sobre a contração muscular em si, ela permite avaliar outras variáveis, que podem enriquecer o tratamento e o acompanhamento da evolução da paciente.
O mais importante é saber que é melhor ter várias opções de escolha do que ter apenas uma. O restante vai do gosto e preferência do profissional. A tecnologia é nossa aliada hoje e sempre, e somada ao conhecimento humano, tem-se uma dupla de sucesso.
Este artigo traz informações e conhecimentos técnicos a todos os profissionais da saúde interessados em aliar tecnologia aos resultados de seus tratamentos. Deixe sua opinião nos comentários!