
Como ensinar seu paciente a treinar a contração do assoalho pélvico em casa
- 6 de julho de 2017
- por
- miotec
O treino e a prática saudável de exercícios são a melhor maneira de fortalecer a musculatura do assoalho pélvico, mas o que recomendar para o paciente quando ele não está na clínica, sendo acompanhado por você? Como ajudá-lo a obter melhores resultados e agilizar o processo de recuperação além de suas sessões regulares?
O assoalho pélvico funciona como uma rede de sustentação dos órgãos localizados na cavidade pélvica como a bexiga, reto, próstata, útero e ovários. No total, são 13 músculos que estão localizados entre o osso púbis e o cóccix, que são responsáveis pela continência urinária e fecal, além de contribuírem para a qualidade nas relações sexuais.
A seguir você encontra algumas formas de ensinar seu paciente a treinar a contração da musculatura do assoalho pélvico em casa de forma simples e eficaz.
Exercícios Kegel
Os exercícios Kegel consistem na contração e descontração das musculaturas do assoalho pélvico com o objetivo de restaurar o tônus muscular e a força do músculo de modo a prevenir ou reduzir problemas do assoalho pélvico e melhorar a prática da atividade sexual.
Estes exercícios foram detalhados pela primeira vez pelo médico Arnold Kegel em 1948, um ginecologista que os inventou para corrigir a fraqueza vaginal sem cirurgia. Embora originalmente pensados para as mulheres, os exercícios de Kegel também podem ser praticados por homens, ajudando até mesmo a prevenir a disfunção erétil.
Um exemplo de um exercício de Kegel é, após realizar a identificação dos músculos do assoalho pélvico com a paciente recomendar que, em casa, a paciente com a bexiga vazia, encontre uma posição confortável, preferencialmente deitada e realize contrações de 5 segundos, mantendo os músculos contraídos e em seguida relaxando por 10 segundos, efetuando repetições desta sequência.
Exercícios com cone vaginal
Cones vaginais são pequenas capsulas de formato anatômico e com um determinado peso que ao serem inseridos na vagina produzem o estímulo necessário para que a mulher contraia a musculatura do assoalho pélvico de forma correta.
É importante definir o peso indicado a sua paciente. Em média o cone correto é aquele que sob contração intensa pode ser segurado de 2 a 8 segundos e com a vagina relaxada caia.
A intensidade dos exercícios irão variar de acordo com os objetivos do tratamento, lembrando que os exercícios com cone vaginal sempre objetiva o ganho de força e portanto deve ser utilizado nesta situação.
Exercícios com Ben Wa
O Ben Wa é uma técnica de origem indiana que consiste em pequenas bolas normalmente ligadas por um cordão que tem o mesmo objetivo dos exercícios de Kegel, ou seja, fortalecer o tônus muscular e a força do assoalho pélvico, além de potencializar o desempenho sexual.
Os movimentos realizados com o Ben Wa se tornaram popularmente conhecidos como pompoarismo e o objeto em si como bolinhas tailandesas. O Ben Wa pode ser utilizado para duas atividades distintas, são elas: Propriocepção, ou seja, a capacidade de perceber a contração e coordenação motora, que consiste em saber contrair e relaxar corretamente os músculos do assoalho pélvico e abdômen.
Ginástica Hipopressiva (GAH)
A Ginástica Hipopressiva (GAH) foi criada na década de 1950 pelo pesquisador belga Marcel Caufriez e combina exercícios da musculatura abdominal, da musculatura do assoalho pélvico e da musculatura peitoral. A técnica surgiu como uma alternativa para conseguir a tonificação dos músculos abdominais de mulheres no pós-parto.
Com o uso dela conseguimos reduzir a pressão intra-abdominal e fortalecer os músculos internos do abdômen ao mesmo tempo. O períneo também torna-se mais forte com a prática.
Exercícios com educadores vaginais
Tendo o conhecimento de como o músculo se comporta durante uma contração, é possível que a paciente utilize instrumentos “Educadores” que tragam essa informação da contração de forma que fique ao alcance dos olhos, de maneira simples.
Um exemplo disso, é o PelviFit Trainer, que é uma sonda vaginal desenvolvida com o objetivo de fornecer aos pacientes e aos profissionais da saúde uma forma rápida e prática de observar as contrações da musculatura do assoalho pélvico.
Com design anatômico e de fácil posicionamento no corpo, ela possibilita a realização de exercícios, proporcionando melhoras significativas nos problemas que atingem o assoalho pélvico.
Este dispositivo deve ser inserido na vagina, de forma que a antena fique visível para o paciente e/ou profissional.Quando o paciente realiza a contração de forma correta a antena se movimenta para baixo. Se contração for feita de maneira errada ela se movimenta para cima.
Dessa forma, o Pelvifit Trainer possibilita a execução de diversos exercícios fazendo com que os pacientes ganhem consciência de como contrair corretamente a musculatura.
Utilização da sonda PelviFit Trainer
Exercícios com sondas de pressão
Biofeedback Manométrico
As sondas de Biofeedback Pressórico permitem acompanhar o exercício feito pela musculatura através de um manômetro. A utilização é simples, o sistema é constituído por sondas manométricas (Vaginal ou Anal), mangueira para condução de ar e manômetro analógico. Basta realizar a introdução da sonda no paciente e utilizar o manômetro como biofeedback da contração que esta sendo realizada. Esse feedback pode ser dado tanto para o paciente como para o profissional de saúde, podendo ser utilizado em sua clinica ou fornecido ao paciente para exercícios em casa.
Um bom exemplo disto é o dispositivo de biofeedback manométrico PelviAir Unit utilizado nos exercícios de fortalecimento ou relaxamento do assoalho pélvico. Todos os exercícios devem seguir orientação do profissional de saúde.
Utilização do PelviAir Unit
Exercícios com sensores de eletromiografia
Biofeedback Eletromiográfico
Sensores de eletromiografia de superfície captam a atividade elétrica dos músculos em microvolts. A técnica utiliza eletrodos ou sondas vaginais e anais que permitem monitorar de forma mais efetiva a atividade muscular do assoalho pélvico e identificar a capacidade máxima de contração, além do tempo de resposta do músculo e o tempo de contração.
Um profissional poderá auxiliar o paciente a realizar exercícios de contração muscular que ajudarão a desenvolver maior controle da bexiga e a fortalecer os músculos do assoalho pélvico. Entre as vantagens do Biofeedback Eletromiográfico está a capacidade de conseguir isolar os músculos adjacentes, ou seja, ele permite treinar apenas os músculos da região.
A utlização de biofeedback é bastante positiva na reeducação e tratamento das disfunções do assoalho pélvico. Veja aqui um vídeo da doutora Adriane Bertotto, fisioterapeuta pélvica, falando sobre a utilização das tecnologias de eletromiografia e biofeedback.
Pompoarismo
Milenar, a arte do pompoarismo tem origem indiana, mais especificamente no tantrismo. O verbo pompoar significa contrair e a técnica consiste na contração voluntária dos músculos pélvicos. No Brasil, ganhou mais evidência a partir da década de 70, mas ainda de forma muito restrita.
Conhecido por aumentar e melhorar o prazer sexual, o pompoarismo também permite exercitar os músculos do assoalho pélvico e trazer outros benefícios ao paciente. Para ajudar a treinar o movimento controlado dos músculos da região são utilizados acessórios como cones, bolas de Ben wa e vibradores.
Durante o exercício o paciente deve contrair fortemente a musculatura do assoalho pélvico, mantendo a contração durante 2 segundos. Depois pode relaxar e descansar por 8 segundos. Essa sequência de exercícios deve ser repetida por 10 vezes consecutivas. O tempo de contração também deve ser ampliado de acordo com o desempenho do paciente. Os exercícios devem ser realizados tanto com a pernas afastadas quanto juntas.
Exercícios para homens
Homens e mulheres apresentam os mesmos músculos no assoalho pélvico, portanto, os exercícios também devem ser praticados por eles. Uma das formas mais simples é a prática dos exercícios Kegel para fortalecer os músculos da região. O método mais praticado pelos homens é o ato de iniciar e parar, com força, o fluxo de urina quando for urinar. Essa prática permite controlar os músculos do pênis de forma voluntária.
O urologista Dr. Andrew Siegel é o criador do método Private Gym, em que sugere a colocação de pequenos pesos ao redor da base do pênis que permitirão treinar a resistência e o controle dos músculos da região. Quando o homem realiza exercícios para o fortalecimento dos músculos da região, pode alcançar melhoras no controle da incontinência urinária, da ejaculação precoce e da disfunção erétil.
A prática de exercícios em casa para treinar o assoalho pélvico é positiva tanto para paciente, que em pouco tempo já pode notar melhora em algumas funções dos órgãos da região, assim como para o profissional da saúde que poderá se dedicar às melhores técnicas e orientações para ajudá-lo. Trabalhando em conjunto será mais fácil atingir os resultados e garantir uma vida mais tranquila, saudável e feliz para o paciente.
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