Fisioterapeuta calculando quanto cobrar pela sessão

Você sabe quanto cobrar pela sessão de fisioterapia?

22/11/2017   POR MIOTEC - CONECTANDO TECNOLOGIA AO MOVIMENTO HUMANO

Investir em uma clínica particular é um marco na vida de qualquer fisioterapeuta: é nesse momento que ele deixa de ser apenas um profissional liberal e se torna, também, um empreendedor. Como parte desse novo desafio, novas dúvidas — que nem sempre são respondidas durante a graduação — podem surgir. O preço de uma sessão de fisioterapia é uma dessas questões.

Mesmo com a consolidação da fisioterapia no mercado, diversos profissionais de saúde ainda encontram dificuldades na hora de colocar um preço acertado para seus serviços. Para saber o quanto cobrar pela sessão de fisioterapia, é preciso avaliar os gastos envolvidos no seu trabalho. Porém, muitas outras variáveis também se aplicam à cobrança.

Este artigo auxiliará o fisioterapeuta no que fazer e o que considerar a fim de precificar as sessões de fisioterapia de forma justa e de acordo com o que pretende ganhar. Confira!

Consulte os órgãos oficiais e códigos de ética

Para evitar as discrepâncias nos valores cobrados, o CREFITO (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) disponibiliza uma tabela de honorários para que os fisioterapeutas tomem por base.

Nem sempre os valores definidos pelo sindicato são alcançados, na prática, mas deverão ser levados em conta para se aproximar de uma importância conveniente para todos os envolvidos.

Vale ressaltar que o piso salarial estabelecido pode variar muito, conforme a região do país. Mais informações também podem ser conseguidas por meio do COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), especialmente importante para os profissionais autônomos.

É possível, ainda, consultar os códigos de ética nos sites do CREFITO e do COFFITO, a fim de entender melhor quanto cobrar pela sessão de fisioterapia.

Faça pesquisa da concorrência

Esteja atento ao mercado na hora de precificar uma sessão de fisioterapia. A análise da concorrência será imprescindível para ter uma ideia confiável sobre o preço médio cobrado pelos serviços que você também oferece.

É importante que essa não seja a principal base para a formação do seu preço, já que as diferenças nos valores podem estar relacionadas a muitos outros fatores. Por exemplo, os dispêndios com manutenção de uma sala em lugar extremamente oneroso na cidade devem ser levados em conta, assim como a formação e a especialização do profissional.

Porém, saber o valor cobrado por determinados tipos de serviço pode lhe dar informações valiosas sobre muitos aspectos. Além de nos ajudar a precificar, podemos ver quais fatores agregam mais valor ao serviço. Portanto, a qualificação do profissional, o local de atuação, o público-alvo e o uso de tecnologia são diferenciais muito importantes para saber quanto cobrar pela sessão de fisioterapia.

Saiba como pesar e prever seus gastos

Um dos pontos principais para a formação do preço de uma consulta é pesar os gastos (custos fixos e variáveis) em uma hora de atendimento. Assim, será possível estabelecer sua margem de lucro.

Chamamos custos fixos aqueles necessários para que o negócio continue aberto e com um adequado funcionamento. Como exemplo, temos as contas de energia elétrica, água, aluguel, salários e possíveis manutenções de equipamentos e do espaço. Devemos saber o valor exato desse montante para ter uma base do valor mínimo que a clínica deve levantar para se manter.

Feito isso, para manter a balança orçamentária, devemos diluir esse valor pela média de consultas mensais. Além do mais, saber o quanto é gasto na manutenção do serviço ajuda-nos a avaliar possíveis reduções de gastos. É por meio da redução daquelas despesas que é possível baixar o quanto você cobra pela consulta, ou manter o preço e obter um lucro maior.

Considere os custos pré-operacionais

Todos os gastos realizados para manter a estrutura, e de forma prévia ao atendimento, são chamados de pré-operacionais. Entre os exemplos, estão projetos, registros, legalização, máquinas e equipamentos.

Nesse caso, é importante pensar na taxa de retorno ou recuperação do que foi aplicado. Se o gasto total foi de R$ 20 mil, e a intenção é recuperar o valor em um ano, é preciso diluir esses custos ao longo do mês e, depois, da média de atendimentos por período. Assim, é possível adicionar o componente ao preço que chega até o paciente.

Avalie os investimentos fixos

Além de considerar os gastos, é preciso pensar nos investimentos que são realizados em prol de um atendimento mais especializado e moderno. Embora eles sejam feitos de maneira pontual, geram um aumento nas despesas e, principalmente, no valor agregado.

Se o consultório foi reformado recentemente, esse pode ser considerado um investimento que deve ser adicionado ao preço cobrado pela sessão de fisioterapia. Também é o caso de utilizar equipamentos modernos, como aparelhos de biofeedback. Ao incorporar a tecnologia ao processo, há uma melhoria na experiência do paciente, o que motiva um aumento na cobrança.

Como profissional de fisioterapia, talvez você tenha buscado especializar-se em alguma área de atuação, como no segmento esportivo. Esse ponto não deve ser desconsiderado, pois você investiu dinheiro e tempo para aquisição dessas habilidades. Portanto, quanto maior for o investimento fixo na especialização, maior será o valor que pode ser repassado aos pacientes.

Assim como acontece com os custos pré-operacionais, vale a pena pensar no tempo necessário para o retorno do que foi aplicado.

Transmita a valorização da consulta para as pessoas

O paciente precisa ficar ciente do valor que a consulta tem — e isso vai além do preço. O atendimento oferecido não pode ser padronizado. É claro que você deve ter algumas operações gerais e otimizadas. Porém, quanto mais personalizada for a relação entre quem se consulta e o profissional, mais valor agregado terá seu serviço.

Por meio de pesquisas de satisfação, é possível saber quais são os pontos mais apreciados em um atendimento, e você poderá implementar essas iniciativas em suas consultas. De maneira geral, é interessante que o paciente sinta que o profissional se importa com ele.

Cobrar muito pouco, visando somente a aumentar sua clientela, pode não ser a melhor forma de ter seu serviço valorizado no mercado. Quando cobramos um valor menor do que a nossa consulta demanda, temos que fazer um volume maior de atendimentos para que não tenhamos déficit. Com isso, podemos não dar ao paciente a atenção e o cuidado que ele espera, o que compromete a fidelização da clientela.

Observe o nível de complexidade da consulta em questão

A complexidade também compreende uma das variações mais relevantes para a precificação dos serviços de um fisioterapeuta. Podem ser identificados até quatro níveis de complexidade, os quais variam de acordo com o pré ou o pós-operatório, os riscos cirúrgicos e a assistência fisioterapêutica que for requerida.

Quanto maior for a necessidade de sessões ou mais complexas forem as técnicas, maior será o valor que deve ser cobrado. Vale lembrar-se de que o uso de aparelhagens sofisticadas ou visitas domiciliares também devem ter os valores reajustados. A individualização das consultas ajuda a garantir que todos paguem um total justo por aquilo que recebem.

Entenda quem é seu público

Entender quem é seu público-alvo é uma das partes mais importantes no processo de precificação. Esse fator está diretamente relacionado ao sucesso e à manutenção do seu consultório, pois nos ajuda a direcionar nossas estratégias. Embora os fatores supracitados sejam extremamente importantes, a captação de clientes ainda é um desafio e pode ser decisivo para alavancar seu faturamento.

Para obtermos sucesso, não podemos desconsiderar as pessoas que vão contratar a sessão de fisioterapia. Sempre tenha em mente seu público e quem são os indivíduos de interesse para o consultório. Essa etapa deve ser pensada antes mesmo da implementação do serviço para que norteie os outros aspectos.

Uma clínica em uma área nobre da cidade, por exemplo, atrai pacientes com uma condição socioeconômica melhor. Então, é possível e recomendado cobrar um valor maior pela consulta, até para direcionar o público que será atraído. Vale lembrar-se de que os custos de manutenção de uma clínica situada em área nobre são muito maiores, portanto esse ajuste deve ser repassado ao paciente.

No entanto, se sua intenção é estimular a presença de mais gente, valores populares e condizentes com os gastos são recomendados. Isso ajuda a manter a atuação relevante e atraente para as pessoas. Com isso, você ganha visibilidade e pode aumentar a captação de clientes, porém não se esqueça de repassar sempre um valor justo.

Acompanhe os resultados e faça alterações

É sempre válido pontuar que o preço estabelecido não é estanque. Ou seja, é possível fazer mudanças de acordo com cada necessidade ou com a avaliação momentânea dos números. Ao mesmo tempo, é uma boa prática ter parâmetros estáveis e não realizar alterações a todo instante.

Depois de considerar os pontos anteriores, faça um acompanhamento do desempenho da atuação. Veja se o preço por sessão de fisioterapia tem afastado pacientes ou se tem coberto os custos e lucro. Ao avaliar esses aspectos, fica fácil definir qual é o preço ideal. Acima de tudo, valorize seu trabalho para não comprometer o mercado.

Adquira softwares específicos

Quanto maior for sua compreensão sobre todo o processo de trabalho da sua clínica, maior será seu controle sobre gastos e despesas. Porém, organizar todas as variáveis é uma tarefa difícil, que pode comprometer seu rendimento profissional. Por isso, contar com uma ferramenta que auxilie na gestão pode ser um grande diferencial.

Felizmente, existem softwares específicos em gestão de negócios no mercado para tornar essa atividade mais fácil. Com eles, podemos reunir todas as informações sobre gastos fixos e variáveis, investimentos, número de consultas prestadas e preço médio da hora trabalhada. Quando todas essas informações estão disponíveis e organizadas, temos um controle maior sobre o fluxo de caixa.

Como vimos, a definição dos preços para cada atendimento é uma das principais dificuldades dos fisioterapeutas. Alinhar todos os pontos a serem levantados no momento da precificação é uma tarefa que exige um profundo conhecimento de todo o processo de trabalho. Devemos reconhecer nossas capacidades e potencialidades, para que, de acordo com nosso nicho e público-alvo, cobremos o valor correto.

Ao considerar todos esses pontos, será mais fácil precificar nossa sessão de fisioterapia para que obtenhamos sucesso profissional e financeiro. Espero que tenha gostado deste artigo e ele tenha, de alguma forma, ajudado. Gostaria de mais dicas para sua atuação profissional? Siga os nossos perfis no Facebook, Twitter, Instagram, LinkedIn e YouTube e esteja sempre por dentro!

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    Comentários (2)
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    • Jailma Costa Mock
      Boa noite meu no e é jailma! Tenho um irmão que sofreu um acidente a mais de um mês e precisa de fisioterapia quanto custa e se pode fazer em casa? O Problema é que ele nem senta.
      • miotec
        jul 25, 2018
        Boa tarde Jailma. Existe tabela Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos, mas cada profissional tem autonomia para ditar seu preço da consulta.
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