Sonda vaginal: entenda o que é e como ela funciona

30/06/2017   POR MIOTEC - CONECTANDO TECNOLOGIA AO MOVIMENTO HUMANO

Não são raros os casos de mulheres com dificuldade em controlar os músculos do assoalho pélvico (MAPs) adequadamente. Para evitar problemas causados por essa deficiência, como a incontinência urinária, tratamentos com estimulação elétrica e biofeedback ganham cada vez mais espaço, e a sonda vaginal é uma aliada na obtenção de bons resultados.

As primeiras sondas surgiram nos anos 70, e com o decorrer das décadas evoluíram tecnologicamente, propiciando terapias mais eficazes e precisas do que as técnicas tradicionais. No decorrer deste artigo, vamos explicar o que é, para que serve e como funciona este dispositivo.

 

O que é a sonda vaginal?

É um suprimento que pode ser utilizado para captar os sinais de eletromiografia e de biofeedback ou para estimular a musculatura perineal. Com diferentes tamanhos e modelos, a sonda, também chamada de sonda uroginecológica ou eletrodo intra-cavitário, possui uma placa metálica em sua constituição, permitindo, uma vez introduzida no corpo da paciente, o contato com a musculatura. Dessa forma capta-se o sinal eletromiográfico ou o estímulo elétrico na região, dependendo do equipamento que é utilizado.

Ela é usada para dar suporte à educação do MAP, uma vez que fornece, tanto à paciente quanto ao profissional, informações precisas sobre o modo como os músculos estão trabalhando. As principais indicações da sonda vaginal são para os tratamentos de incontinência urinária, incontinência fecal e reeducação neuromuscular, mas ela é eficaz para controlar outras doenças que atingem o assoalho pélvico.

 

Como o dispositivo funciona?

O objetivo é ensinar às mulheres a forma correta de usar a musculatura do assoalho pélvico. Para isso, a sonda vaginal funciona como um complemento tanto para avaliações por meio da eletromiografia quanto para tratamentos com biofeedback ou eletroestimulação, e sua utilização vai variar de acordo com a técnica e o objetivo aplicados.

 

Na avaliação com eletromiografia

A sonda é conectada a um dispositivo de eletromiografia cuja taxa de amostragem mínima é de 1000 Hz.  A atividade é medida em microvolts e permite identificar se a musculatura está ativa e se vai responder bem ao exercício proposto pela fisioterapia pélvica.

A avaliação identifica, por exemplo, se as fibras ativadas são as corretas, se a ativação é imediata ou atrasada e se o músculo volta ao lugar no momento do relaxamento. Com base nesses dados, é possível traçar metas e objetivos de tratamento, determinar a frequência da estimulação e, inclusive, definir terapias por biofeedback.

 

No tratamento com eletroestimulação

Neste caso, é utilizada corrente elétrica de baixa voltagem. A sonda é introduzida no corpo e dá pequenos choques no músculo do assoalho pélvico, fazendo com que ele se contraia independentemente da vontade da paciente. Assim, é possível avaliar se o movimento do músculo está correto.

Essa contração não atua diretamente no fortalecimento do músculo, mas fornece um estímulo proprioceptivo fundamental para a mulher que não sabe como contrair o MAP. Com isso, ela reconhece a localização do músculo, a forma como ele trabalha e sua relação com as demais funções do corpo.

Outro efeito é a redução da hiperatividade da bexiga, causada por um comportamento anormal do músculo detrusor. A eletroestimulação ajuda a controlar o movimento involuntário do músculo, evitando que a urina seja eliminada fora de hora.

 

Auxiliando o biofeedback

Como já sabemos, nem sempre a mulher sabe se está contraindo o assoalho pélvico, nem se está fazendo isso corretamente. A sonda vaginal aliada ao biofeedback faz com que a paciente perceba o movimento pélvico, permitindo que ela controle a musculatura, que passa a trabalhar de maneira apropriada.

Tanto na eletroestimulação quanto na coleta para o biofeedback pode ser utilizada a mesma sonda, a PelviFit, um ótimo exemplo de sonda versátil para diversos tratamentos do assoalho pélvico.

 

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A PelviFit é uma sonda descartável e comercializada em pacote de 10 unidades.

 

A sonda é introduzida e, assim que o músculo do assoalho pélvico se contrai ao redor dele, a atividade elétrica é capturada pelo equipamento de eletromiografia e mostrada em um monitor. O resultado pode ser dado por meio de sinais sonoros, como bips, e/ou visuais, com gráficos que mostram à paciente a intensidade com que ela realiza a contração e quanto tempo o movimento dura.

Os dados são precisos, fornecendo a atividade elétrica do músculo (em microvolts), o tempo e o tipo de contração (crescente, decrescente ou constante) exatos. Assim, a mulher entende o que é uma contração e um relaxamento adequados e o que acontece com seu corpo quando esses dois movimentos são feitos adequadamente.

Com o biofeedback é possível perceber se uma musculatura é hiperativa, e a sonda vaginal, por sua vez, possibilita à mulher aprender a fazer esse músculo relaxar. Em suma, a técnica serve para determinar qual o tratamento adequado para cada situação, e a sonda é aliada da terapia em si.

Mas lembre-se de que o biofeedback não fortalece diretamente a musculatura. Para isso, são necessários exercícios com o auxílio e supervisão de um fisioterapeuta pélvico. Tanto o biofeedback quanto a eletroterapia ensinam como é a contração para as mulheres incapazes de contrair a MAP satisfatoriamente, mas não deixam o músculo mais forte.

 

Exercitando o assoalho pélvico

Com design anatômico, um novo modelo de sonda está chegando ao mercado: Trata-se da PelviFit Trainer. Em uma das extremidades há uma antena que deve ficar visível à paciente quando o aparelho for introduzido no canal vaginal. Com a sonda instalada, a mulher contrai a MAP fazendo com que antena mova-se para baixo. Se a antena subir, a contração está errada. Com essa sonda, o profissional pode prescrever exercícios para a paciente realizar em casa.

Esse modelo possui um variante para eletroestimulação. O funcionamento é semelhante: a antena fica visível, mas a contração ocorre por meio da estimulação elétrica. Com ele, é possível determinar se o movimento está correto ao mesmo tempo em que a mulher observa o deslocamento da antena.

 

Contração Correta

Contração Correta

Contração Incorreta

Contração Incorreta

 

Atuação da sonda nos problemas de incontinência

Estima-se que o risco de apresentar incontinência urinária durante a vida seja de 40%. Entre as possíveis causas do problema estão a atrofia dos músculos e dos tecidos e o declínio funcional dos sistemas nervoso e circulatório. Com a utilização dos estímulos elétricos, os circuitos neurológicos são ativados e as fibras musculares responsáveis por evitar a saída involuntária da urina atuam corretamente.

A maneira mais eficiente de realizar esse estímulo é por meio da sonda vaginal, de acordo com os especialistas Dominique Grosse e Jean Sengler, em seu livro Reeducação perineal. Segundo os autores, as respostas são melhores quando o suprimento é utilizado, pois ele fica mais próximo ao nervo pudendo, responsável pela sensibilidade do períneo.

A incontinência é um dos problemas mais comuns tratados desta forma, mas a mesma estimulação pode ser terapêutica para outros distúrbios, como dores pélvicas e disfunções sexuais (dor durante a relação, perda de desejo e de excitação).

Como você pode perceber, a sonda vaginal é uma grande aliada ao tratamento de doenças que afligem o assoalho pélvico. Altamente sensível à atividade do MAP, o aparelho permite à paciente treinar os músculos com eficiência, com maior controle sobre o movimento, o tipo de contração e sua duração.

Os resultados de terapias que utilizam a sonda são mais notáveis do que aqueles obtidos com a reeducação manual e, em consequência da precisão dos dados, os tratamentos tendem a ficar mais curtos e as avaliações do antes e do depois, mais exatas.

Entendeu mais sobre a sonda vaginal, seu funcionamento e utilidade à fisioterapia pélvica? Você também pode aprender mais a esse respeito acessando esta página sobre avaliação e tratamento por eletromiografia e biofeedback.

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