Qualidade de vida: saiba o passo a passo para a avaliação fisioterápica e integral dos pacientes

Qualidade de vida: passo a passo para a avaliação fisioterápica e integral dos pacientes

25/07/2019   POR MIOTEC - CONECTANDO TECNOLOGIA AO MOVIMENTO HUMANO

A qualidade de vida dos pacientes tem sido cada vez mais analisada durante o processo de avaliação fisioterápica. Sobretudo, o principal objetivo é obter informações sobre a evolução das patologias e orientação quanto ao tratamento mais indicado. Tudo para alcançar melhores resultados, otimizando a experiência do paciente.

Para tanto, médicos e fisioterapeutas adotam questionários como ferramentas de avaliação. Um dos formatos mais utilizados é o SF-36 (Medical Outcomes Study 36Item Short Form Health Survey), um instrumento de medição genérica de fácil compreensão e administração para avaliar a qualidade de vida.

Neste artigo vamos comentar sobre a importância da avaliação fisioterápica e o passo a passo para a utilização desse tipo de questionário na análise da qualidade de vida dos pacientes. Acompanhe!

Entenda a importância da avaliação fisioterápica

A avaliação fisioterápica é um processo essencial na condução de um tratamento, já que ela permite ao fisioterapeuta explorar o estado físico do paciente para obter informações sobre a sua lesão ou patologia. Os distúrbios musculoesqueléticos são analisados quanto à função articular (força muscular e mobilidade), e seu funcionamento é quantificado e mensurado a fim de complementar a anamnese e o diagnóstico.

É importante observar que essa avaliação não visa à realização de um diagnóstico médico, mas sim fisioterapêutico, que envolve aspectos e características específicas, com base na anatomia, biomecânica, fisiologia e cinesiologia. O objetivo, portanto, é identificar a origem do problema, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente.

Devido à individualidade biológica, é fundamental não padronizar as abordagens terapêuticas com base em distúrbios semelhantes. Nesse sentido, o objetivo de uma avaliação inicial fisioterápica deve ser a busca por um diagnóstico diferencial. Dessa forma, o profissional identifica as reais causas das queixas dos pacientes, considerando as suas atividades laborais e de lazer para realizar uma avaliação global.

Benefícios da Avaliação Fisioterápica

  1. Identificação precisa do problema
    Permite compreender a origem da lesão ou patologia por meio de uma análise detalhada do estado físico do paciente.
  2. Avaliação funcional detalhada
    Analisa a função articular, força muscular e mobilidade, fornecendo dados mensuráveis para embasar o plano de tratamento.
  3. Diagnóstico fisioterapêutico individualizado
    Foca em aspectos funcionais e biomecânicos do corpo, com base em anatomia, biomecânica, fisiologia e cinesiologia, sem substituir o diagnóstico médico.
  4. Evita abordagens genéricas
    Respeita a individualidade biológica, evitando tratamentos padronizados para queixas semelhantes.
  5. Favorece o diagnóstico diferencial
    Ajuda a distinguir entre diferentes causas possíveis para os sintomas, aumentando a eficácia da intervenção.
  6. Considera o estilo de vida do paciente
    Leva em conta as atividades profissionais e de lazer para oferecer uma abordagem mais global e personalizada.
  7. Orienta a definição de metas terapêuticas
    Estabelece parâmetros claros para o acompanhamento da evolução do paciente e reavaliações periódicas.

Faça uma avaliação fisioterápica integral

Muitos pacientes apresentam restrições físicas e déficits funcionais. Entretanto, é importante considerar que a reabilitação envolve muito mais do que apenas uma doença. Afinal, é preciso reconhecer que o paciente não é só um joelho, uma neuropatia ou uma hérnia de disco.

Também, é preciso considerar que as limitações físicas refletem na saúde emocional e podem provocar quadros de depressão e distúrbios de comportamento, os quais são fatores de grande impacto sobre a qualidade de vida dos indivíduos.

No entanto, sabemos que a percepção de bem-estar é o resultado final de avaliações subjetivas feitas pelo paciente, muitas vezes de maneira inconsciente. Há também os casos de pacientes sem consciência da musculatura. Nesse sentido, a aplicação de um questionário é uma valiosa ferramenta para complementar o trabalho de avaliação fisioterápica, já que permite analisar a qualidade de vida do paciente, inclusive no aspecto psicológico.

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Questionário de qualidade de vida SF-36: aplique-o para avaliar os pacientes

O questionário "Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey" (SF-36) é composto de 36 questões que avaliam genericamente a percepção da doença do ponto de vista do paciente. Em síntese, o principal objetivo desse instrumento diferenciado é a melhoria da qualidade de vida. Por isso, as suas questões são formuladas com foco no impacto da patologia no cotidiano do indivíduo e não na patologia em si ou em seus sintomas.

Entre as questões aplicadas, uma delas mede a transição do estado de saúde referente ao período de um ano e não é considerada no cálculo das escalas. Já as demais são agrupadas em oito dimensões (domínios). As pontuações mais altas mostram, enfim, um melhor estado de saúde.

Questionário SF-36: seus 8 aspectos com foco na Qualidade de Vida

O questionário foi traduzido e validado no Brasil em 1997 pela pesquisadora Rozana Mesquita Ciconelli e avalia oito aspectos da saúde, como:

  • físico (4 itens) — limitações físicas para o desenvolvimento de atividades diárias no ambiente de trabalho;
  • emocional (3 itens) — impacto dos aspectos psicológicos no bem-estar do indivíduo;
  • social (2 itens) — integração do paciente em atividades sociais;
  • capacidade funcional (10 itens) — presença e extensão de limitações;
  • dor (2 itens) — intensidade e interferência nas atividades cotidianas;
  • estado geral de saúde (5 itens) — como o paciente se sente em relação a sua saúde;
  • saúde mental (5 itens) — analisa os níveis de ansiedade, depressão, alterações no comportamento e bem-estar psicológico;
  • vitalidade (4 itens) — níveis de energia e fadiga.

O tempo para preenchimento do questionário (5 a 10 minutos) e a sua versatilidade de aplicação (autopreenchimento, entrevistas telefônicas ou presenciais) o transformam em um instrumento bem estruturado.

A validação e tradução do questionário SF-36 para a língua portuguesa, bem como a sua adequação às condições socioculturais do Brasil, fazem desse instrumento um importante parâmetro adicional para avaliação de diversas patologias. Além disso, estudiosos podem utilizá-lo com eficiência em pesquisas acadêmicas na área de fisioterapia.

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Aplique o questionário agrupando as perguntas

Existem várias possibilidades de aplicação do questionário. Por exemplo, o entrevistador pode ler as perguntas enquanto o paciente as preenche, bem como pode o próprio paciente ler e preencher as questões. Por fim, o especialista pode também aplicá-lo em entrevistas por telefone. No entanto, é importante ressaltar que se deve realizá-lo com base no agrupamento de perguntas de acordo com oito aspectos comentados.

Por certo, nos casos de leitura pelo entrevistador, o profissional deve realizá-la sem a presença de acompanhante. Isso porque algumas perguntas são muito pessoais e podem gerar respostas distorcidas na presença de uma terceira pessoa.

Considere as escalas para o cálculo de cada domínio

O questionário apresenta um escore final que vai de 0 (zero) a 100 (resultante do cálculo do Raw Scale), em que zero identifica o pior estado geral de saúde e 100 o melhor. Para calcular o domínio (aspecto a ser analisado), aplica-se a fórmula abaixo, conforme o SF-36 traduzido e validado.

Domínio = Valor obtido nas questões correspondentes – limite inferior X 100

Variação (Score Range)

Efetue o mapeamento dos dados

Com base nos dados levantados sobre cada um dos domínios, faça um mapeamento. Nessa fase, é possível cruzar as informações para obter outros tipos de análises.

Analise os resultados para compreender a Qualidade de Vida de quem você cuida

Após fazer a tabulação dos dados, o profissional deve realizar a análise dos resultados, considerados em porcentagens de 0 a 100. Em resumo, quanto mais perto de 100%, melhor o nível de qualidade de vida do paciente. Nesse sentido,a aplicação do questionário, quando realizada antes e após o tratamento fisioterápico, é uma excelente maneira de avaliar a eficácia dos procedimentos adotados. Ademais, auxilia na fidelização dos pacientes por meio do pós-atendimento.

Certamente, o fato de voltarmos o questionário para o impacto da patologia sobre a qualidade de vida ao invés de se preocupar com a doença ou com os seus sinais clínicos é o seu grande diferencial. Nesse sentido, ele é um instrumento importante com o qual o profissional de fisioterapia pode contar. Isso para que possa auxiliar no processo de reabilitação dos pacientes sempre com uma visão humanizada e holística.

Como mostramos, os especialistas têm feito a análise da qualidade de vida dos pacientes na avaliação fisioterápica cada vez mais. Contudo, é muito importante saber como efetuá-la. Para isso, é imprescindível adotar um instrumento de avaliação a fim de otimizar o tratamento e conseguir melhores resultados.

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