O trato urinário é um sistema complexo do corpo humano: abrangendo desde os rins até a uretra, ele pode ser acometido por várias anomalias, que se manifestam principalmente como alterações na urina. Dentre elas, uma das mais fáceis de perceber — e, consequentemente, mais comuns no consultório — é o fluxo urinário fraco.
Dada a relevância do tema e de sua alta frequência, é importante que profissionais da saúde estejam habituados às doenças associadas. A seguir, explicaremos quais delas são as mais comuns e como cunhar o diagnóstico preciso do fluxo urinário fraco. Continue lendo para saber mais.
Quais doenças causam o fluxo urinário fraco?
Embora o fluxo urinário seja facilmente notado, ele pode estar associado a outros sinais e sintomas que direcionam o diagnóstico. A seguir, explicaremos quais doenças podem causá-lo e quais outros sinais você pode esperar de cada uma delas. Confira.
Hiperplasia prostática benigna
A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um problema comum, cuja frequência cresce com a idade: para termos ideia, mais de 80% dos homens com mais de 80 anos são portadores de HPB.
Diferentemente do câncer de próstata, a HPB é uma lesão benigna, que não gera metástases e não é considerada pré-cancerosa. No entanto, ela mais comumente atinge a zona de transição, que está em contato direto com a uretra; por isso, é muito mais comum que a HPB cause sintomas urinários do que o câncer de próstata.
Além de redução no fluxo urinário, o paciente frequentemente se queixa de urgência miccional ou disúria (dor ao urinar). O tratamento da HPB geralmente é sintomático, visando reduzir o impacto da doença na micção do paciente.
Estenose de uretra
A estenose de uretra, como o próprio nome sugere, é o estreitamento do canal da uretra. Como este é um canal muito fino, pequenas alterações em seu calibre podem resultar no fluxo urinário fraco.
A característica mais marcante da estenose de uretra é que sua principal causa é o trauma uretral. Por isso, essa hipótese é geralmente levantada quando o paciente já possui um histórico de trauma ou infecções urinárias recorrentes. Além disso, outra peculiaridade é que o fluxo seminal também é reduzido com o fluxo urinário.
Infecção de trato urinário
A infecção de trato urinário (ITU) é a única desta lista que é mais prevalente em mulheres: como o comprimento da uretra é menor, o risco de as bactérias ascenderem pelo trato urinário é maior.
Por se tratar de uma infecção, o quadro de ITU é mais dolorido do que os mencionados anteriormente. Outros sintomas frequentes são a presença de sangue na urina, incontinência urinária, febre e dor na região do hipogástrio. Em casos mais graves, a ITU pode evoluir para uma pielonefrite, com dor no flanco e sintomas sistêmicos mais acentuados.
Como diagnosticar o fluxo urinário fraco?
Como diz o provérbio popular, “nem tudo que reluz é ouro”. Em alguns casos, o paciente pode relatar um fluxo urinário fraco e não ter nenhum quadro clínico sugestivo. Nessas situações, é importante diferenciar uma patologia física de apenas uma percepção subjetiva do paciente.
O exame mais adequado para cunhar o diagnóstico é o estudo urodinâmico, que avalia todo o percurso da urina durante a micção. Ele é composto pela cistometria, pelo estudo pressão-fluxo, pela perfilometria uretral e pela eletromiografia. Além de verificar se realmente há um fluxo diminuído, o estudo pode fornecer dicas da patologia de base, como no caso da estenose de uretra.
O fluxo urinário fraco é uma queixa frequente em consultórios de todas as áreas da saúde. Para diagnosticá-lo corretamente, é preciso ter em mente as principais patologias relacionadas e os exames mais indicados para o diagnóstico.
Outra disfunção que afeta grande fatia da população é a incontinência urinária. Clique aqui e entenda mais sobre a importância do uso urofluxômetro no tratamento da incontinência urinária.