A incontinência urinária é a perda involuntária de urina, que pode ocorrer por diversos fatores: dentre eles estão, por exemplo, o envelhecimento, o enfraquecimento da musculatura pélvica e a ocorrência de múltiplos partos vaginais. Embora essa condição afete qualquer faixa etária, ela é mais comum em pessoas idosas e em mulheres. Um dos principais objetivos de seu tratamento é devolver qualidade de vida e autonomia aos pacientes.
Nos últimos anos, muitas estratégias foram lançadas e aprimoradas nessa direção, sendo inegável que a fisioterapia tenha se tornado ainda mais eficaz e segura no tratamento da incontinência urinária. Você já se perguntou se o seu consultório está atualizado para essa nova realidade?
Para ajudar nessa modernização, trazemos, neste artigo, informações sobre as principais novidades tecnológicas do tratamento. Continue a leitura para saber mais!
Quais as modalidades de tratamento disponíveis?
A incontinência urinária pode ter diversas manifestações clínicas e classificações sobre a sua gravidade. Por isso, não contamos com apenas um tratamento: existe um arsenal completo de abordagens terapêuticas, que devem ser individualizadas e adequadas à realidade do paciente. Confira a seguir algumas delas:
- medicamentos: atualmente, não é a primeira opção de tratamento devido aos efeitos colaterais. Se necessário, no entanto, eles podem ajudar no tônus da musculatura da pelve;
- radiofrequência: atua estimulando a produção natural de colágeno e fibras elásticas da parede vesical, importantes para correção da incontinência;
- fisioterapia do assoalho pélvico: atualmente, é a primeira linha de escolha no tratamento. Dada a sua importância — principalmente aos fisioterapeutas —, essa terapia será mais a seguir;
- cirurgia: em desuso, devido à alta taxa de recorrência e aos efeitos colaterais.
Quais as principais causas e fatores de risco?
Conhecer os fatores de risco da incontinência urinária nos ajuda a preveni-la e reduzir seu impacto negativo. Confira as principais causas e fatores de risco dessa condição.
Idade
De acordo com um artigo publicado na renomada Reviews of Urology, a idade é um dos principais fatores de risco para a incontinência urinária. Além de pacientes na terceira idade acumularem outros fatores de risco durante a vida, o próprio processo de envelhecimento também contribui para a fisiopatologia da doença.
A relação mais explícita na incontinência de urgência passa por alterações estruturais e neuronais. Embora a incontinência de estresse também esteja relacionada com o envelhecimento, dados discordantes já foram relatados nesse subtipo.
Obesidade
O índice de massa corporal (IMC) parece ser um fator de risco central no desenvolvimento da incontinência urinária. A relação é explicada, principalmente, pelo aumento na pressão abdominal e na compressão da bexiga, levando a uma redução no limiar miccional.
Além disso, a associação entre essas duas doenças pode estar presente em uma condição específica, relacionada a uma mutação no receptor beta-3 — responsável por mediar tanto a secreção de insulina quanto o relaxamento do músculo detrusor da bexiga. Nesses casos específicos, a predisposição a ambas as doenças pode ser hereditária, havendo, assim, outros casos na família.
Gravidez e puerpério
De maneira similar à obesidade, a gravidez predispõe à incontinência urinária devido ao aumento da pressão abdominal. A relação entre multiparidade e incontinência, no entanto, continua incerta: embora as alterações fisiológicas da gravidez predisponham a lesões do assoalho pélvico, dados estatísticos ainda são conflitantes em demonstrar essa relação.
No período puerperal, no entanto, a incontinência urinária é um problema constante: para termos noção, 1 em cada 5 mulheres sofrem com a perda involuntária de urina em até 6 meses após o parto.
Nessas situações, a incontinência pode ser transitória e responder bem ao tratamento conservador ou fisioterápico. No entanto, é importante averiguar se há alguma causa mais severa para a incontinência, como a relacionada a traumas durante o parto; nessas situações, pode ser necessário um tratamento mais invasivo.
Tabagismo
O tabagismo é um fator de risco bem estabelecido para a incontinência urinária, embora ainda não esteja claro o mecanismo dessa relação. Por um lado, sabemos que a nicotina provoca alterações vasculares e leva à excreção de metabólitos tóxicos na urina, fato que pode fornecer uma possível explicação.
Outra hipótese é a interferência de doenças pulmonares, que podem cursar com episódios diários ou rotineiros de tosse. Esse sintoma, por sua vez, tem como um dos efeitos o aumento da pressão abdominal, podendo resultar, ao longo do tempo, em uma incontinência urinária gradativa.
Embora não saibamos qual das explicações é a correta, podemos perceber claramente um aumento nos casos de incontinência urinária nos últimos anos — um dado que se sobrepõe ao aumento do tabagismo entre as mulheres. Essa é outra informação que suporta o tabagismo como um dos principais fatores de risco da incontinência.
Quais são as novidades tecnológicas para a incontinência urinária?
Fisioterapia pélvica
A fisioterapia do assoalho pélvico é considerada padrão ouro para o tratamento da incontinência urinária. Além de não apresentar efeitos colaterais e ser de fácil execução, ela trata a maior causa do problema: o enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico. Por meio de exercícios específicos, o paciente consegue estimular os músculos que estão fracos e, assim, recuperar gradativamente suas funções.
Atualmente, muitos dispositivos são lançados para ajudar o paciente na percepção da estimulação da musculatura correta. Eles são importantes, pois direcionam melhor o esforço, quantificam as contrações e ajudam a pessoa a interpretar melhor os sinais do corpo. O melhor exemplo dessa inovação é o biofeedback eletromiográfico.
Biofeedback eletromiográfico
Os dispositivos de biofeedback eletromiográfico foram desenvolvidos para auxiliar o paciente a ter um controle maior do seu treinamento fisioterápico. Seu funcionamento se baseia na captação do estímulo nervoso muscular e em sua análise eletrônica; em seguida, esses sinais são transformados em estímulos visuais e sonoros, que auxiliam o paciente a identificar seus próprios movimentos.
O tratamento da incontinência urinária é peculiar devido à localização da musculatura do assoalho pélvico: como ela não é diretamente visualizada pelo paciente, suas contrações podem ser irregulares e ele pode ter dificuldade em isolar essa musculatura. O biofeedback o auxilia nessa tarefa, aumentando a eficácia e a velocidade da terapia.
Com o tratamento correto e direcionado, a perspectiva de melhora da incontinência é muito maior; afinal, o treinamento muscular é feito de forma focada em todos os aspectos que necessitam de ajustes. O controle e a autopercepção da musculatura pelo paciente, por si só, aumentam sua confiança — impactando significativamente na qualidade de vida.
A incontinência urinária traz muitos prejuízos sociais, psicológicos e físicos ao indivíduo. Atualmente, no entanto, o auxílio da tecnologia e as pesquisas direcionadas nessa área nos fornecem uma base sólida para um tratamento eficaz. Manter-se em constante atualização é fundamental para um tratamento otimizado.
Nós, da Miotec, acreditamos que a tecnologia é a melhor aliada dos fisioterapeutas no século XXI. Por isso, oferecemos dispositivos portáteis, intuitivos e fáceis de usar, com a última tecnologia disponível no mercado.
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Gostou do vídeo? Quer saber mais sobre as tecnologias que ajudam no tratamento da incontinência urinária? Então acesse este post sobre a importância do urofluxômetro no tratamento da incontinência urinária!